• 15 de junho de 2025 03:01

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Mais de 206 mil propriedades rurais afetadas pelas enchentes no RS

jun 5, 2024

Durante as chuvas intensas, 9.158 localidades foram afetadas no RS.

As chuvas extremas desde o final de abril causaram danos significativos por inundações e deslizamentos em grande parte do território gaúcho. No meio rural, mais de 206 mil propriedades foram afetadas, resultando em perdas na produção e na infraestrutura, além de 34.519 famílias ficarem sem o à água potável. Esses dados constam no Relatório de Perdas, referente à maior calamidade climática que atingiu o Rio Grande do Sul, divulgado na segunda-feira (03/06) pelas secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR).

O relatório, que abrange o período entre 30 de abril e 24 de maio, foi elaborado pela Emater/RS-Ascar. Os dados foram coletados pelo sistema Sisperdas, que recebe informações de todos os escritórios regionais e municipais da Emater/RS-Ascar.

Durante as chuvas intensas, 9.158 localidades foram afetadas no RS. Atualmente, dos 497 municípios gaúchos, 78 estão em estado de calamidade pública (principalmente no Vale do Taquari e na Região Metropolitana de Porto Alegre), enquanto 340 estão em situação de emergência.

“Esta é a maior tragédia da história do nosso estado e atinge proporcionalmente a agricultura, nosso maior setor produtivo. Com este levantamento de perdas, conseguiremos agir com mais precisão e rapidez na estruturação de ações e políticas públicas para auxiliar os agricultores familiares e recuperar nossas áreas produtivas”, afirmou o titular da SDR, Ronaldo Santini.

Impacto na Produção de Grãos e Agricultura

Em relação à produção de grãos, as perdas referem-se tanto às áreas que não puderam ser colhidas quanto às que foram colhidas com baixo rendimento, incluindo soja, milho e feijão, entre outros. As perdas nas culturas de inverno foram pontuais, afetando áreas recém-semeadas, que precisarão ser replantadas. Ao todo, 48.674 produtores de grãos foram prejudicados, principalmente os de milho e soja.

 

Fecoagro

“Os números refletem a magnitude do impacto meteorológico no setor agrícola gaúcho. Ações emergenciais já foram tomadas para minimizar os efeitos nas áreas rurais, como a flexibilização de normativas, mas outros projetos devem ser desenvolvidos em parceria com setores e entidades para ajudar na reconstrução dessa área produtiva, essencial para a economia gaúcha e brasileira”, destacou o titular da Seapi, Giovani Feltes.

No meio rural, 19.190 famílias sofreram perdas estruturais, como em casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários. Na agroindústria, dados preliminares indicam prejuízos para cerca de 200 empreendimentos familiares.

Assistência e Recuperação

A sobrevivência e acolhida das famílias atingidas foram priorizadas pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar em todas as regiões do estado. A instituição também está levantando as perdas sociais, agropecuárias e de infraestrutura, que servirão para a construção de políticas públicas.

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“As ações de recuperação serão orientadas para o desenvolvimento social, econômico, ambiental e cultural, com uma perspectiva socialmente justa, ambientalmente sustentável e economicamente viável”, destacou o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera.

Produção Primária e Pecuária

Em termos de volume, a maior perda ocorreu na produção de soja, com 2,71 milhões de toneladas perdidas. A estimativa inicial para março deste ano era de 22,24 milhões de toneladas em uma área plantada de 6,68 milhões de hectares, com produtividade de 3.329 quilogramas por hectare. Com as chuvas e perdas, a nova estimativa é de 19.532.479 toneladas, com produtividade média de 2.923 quilogramas por hectare.

 

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A pecuária gaúcha também foi severamente impactada, exigindo um longo período de recuperação. As perdas de animais afetaram significativamente 3.711 criadores gaúchos, com o maior número de mortes em aves (1.198.489 indivíduos adultos). Também houve perdas substanciais de bovinos de corte e de leite, suínos, peixes e abelhas.

Além disso, uma vasta extensão de pastagens foi prejudicada, tanto em campos nativos quanto em áreas de cultivo de forrageiras de inverno, prevendo um impacto direto na produção de leite e carne nos próximos meses.

Impacto nas Culturas Frutícolas e Olerícolas

O evento climático extremo coincidiu com a fase final de frutificação de importantes variedades de citros, como a bergamota, que já estava em colheita. Muitas áreas de pomares ficaram alagadas, não apenas pela inundação, mas também pelas precipitações volumosas. As culturas mais prejudicadas foram os citros nos vales e a banana nas encostas da Serra do Mar, impactando 8.381 propriedades.

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O abastecimento de hortaliças nos centros urbanos foi fortemente afetado, especialmente nas regiões Metropolitana, Serra, e nos vales do Taquari e Caí. As maiores perdas foram de batata, brócolis e aipim, afetando a oferta, mas sem interrupção total, o que evitou uma elevação significativa dos preços na Ceasa/RS.

Relatório Técnico Completo

O relatório técnico completo inclui os impactos para povos tradicionais, a cultura do arroz, floricultura, abastecimento, cooperativismo, produções leiteira e florestal, além de dados meteorológicos e ações para enfrentar a calamidade.

Fonte : Quentuchas Noticias 

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